Comissão de Direitos Humanos do Senado debate participação de pessoas negras nas eleições nesta segunda-feira, 12

Em 2016, em 2.512 (45%) cidades não foram registradas candidaturas de  negros, Na Bahia, onde 80% da população se declara preta ou parda, em 33 das 417 cidades, apenas candidatos brancos disputaram cargos de prefeito, de acordo com o IBGE.

Embora o povo negro represente mais da metade da população ( 56,1% dos brasileiros são pretos e pardos, segundo o Instituto Brasileiro Geografia e Estatística) , apenas um décimo ocupa cadeiras no Poder Legislativo, formado pelo Senado, Câmara dos Deputados, assembleias legislativas e câmaras de vereadores.

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) debaterá nesta segunda-feira (12), às 9h, a participação de pessoas negras no sistema político eleitoral. A audiência pública também tratará das mudanças nas regras sobre o investimento partidário em candidaturas de negros e sua nomenclatura previstas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/2023.

Aprovada na Câmara dos Deputados em julho, a chamada PEC da Anistia agora será analisada pelos senadores. O texto propõe o refinanciamento das dívidas dos partidos. Inicialmente, a PEC anistiava as multas pelo não cumprimento de valores mínimos aos candidatos negros ou mulheres, segundo o presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS). Os deputados retiraram a previsão, mas incluíram regras que afetam essa parcela dos candidatos.

“Entre as mudanças, altera-se a nomenclatura designativa de pessoas negras, o aumento do investimento partidário de 20% para 30% nessas candidaturas, entre outros. […] A construção de outro projeto de país, ainda mais democrático, se dará apenas por meio da participação negra em grau de equivalência e mediante a garantia de que as pautas dos movimentos sociais negros tenham representantes em todas as instituições”, diz Paim no requerimento para o debate (REQ 43/2024).

Entre os 14 convidados para a audiência pública, confirmaram presença:

  • Representante da Educafro Brasil, frei David dos Santos;
  • Assessora da Rede de Feministas Antiproibicionistas (Renfa), Nadja Carvalho;
  • Diretor-executivo da Empresa Gestora de Ativos do Ministério da Fazenda (Emgea), Martvs Chagas;
  • Representante do Instituto de Referência Negra Peregum, Beatriz Lourenço;
  • Representante do Instituto Marielle Franco, Giovanni Oliveira;
  • Representante da Coalizão Negra por Direitos, Iyá Sandrali Bueno;
  • Co-diretora de A Tenda das Candidatas, Munah Malekm.
Como participar O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis.

Fonte: Agência Senado

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