A Comissão de Saneamento Ambiental, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), se reunirá, na próxima terça-feira (10/12), para tratar da crise hídrica no estado provocada pela Águas do Rio.
A ideia inicial é realizar uma audiência pública para tentar frear os reajustes das tarifas que, mesmo com o desabastecimento de água no estado, continuam sendo autorizados pela Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico (Agenersa).
A manutenção da rede de abastecimento e a interrupção no fornecimento também serão discutidos. Já tendo oficiado à Agenersa, o deputado Vinicius Cozzolino (União Brasil) defende inclusive que os diretores da concessionária sejam convocados para prestar esclarecimento na CPI dos Serviços Delegados.
“Também oficiei as comissões de Saneamento, de Defesa do Consumidor e de Assuntos Municipais. E rogo que a CPI dos Serviços Delegados faça a convocação dos representantes da empresa. Diversas regiões do estado estão tendo aumento de tarifa, mas falta distribuir água. Ou seja, a cobrança é indevida”, disse o deputado, que voltou a reclamar da Águas do Rio na sessão de quarta-feira (04).
A falta de água no estado afeta vários municípios há mais de uma semana. A situação do Rio de Janeiro, onde 27 bairros apresentam problemas, é uma das mais críticas. O Procon Carioca chegou a multar a concessionária em R$ 13 milhões.
O presidente da Comissão de Saneamento Ambiental, deputado Jari Oliveira (PSB), já realizou audiência pública com a Agenersa questionando os reajustes das tarifas. Eles ocorreram após o governador Cláudio Castro ter assinado um termo de conciliação com a Águas do Rio no qual prevê aumento nas contas de água e esgoto, para os próximos dois anos, para compensar possíveis erros no edital de licitação. A ideia era evitar a suspensão do pagamento da parcela de R$ 3,8 bilhões prevista para este ano.
“As tarifas de água estão numa crescente sem igual. A população vem sofrendo muito com o desabastecimento. Fizemos uma reunião com a Agenersa e, ainda este mês, vamos promover uma audiência na tentativa de frear esses reajustes”, reage Oliveira.