Em tempo: Juruna nunca se envolveu em atos de corrupção.

Os prefeitos que humilham os inativos e os gravadores de Juruna e de Daniel Silveira
fevereiro 23, 2021 /
Na foto de Ricardo Chaves, Juruna e o seu gravador
*Paulo Cezar Pereira
Em plena pandemia, causa profunda indignação na sociedade o desleixo com o qual alguns prefeitos da Baixada Fluminense tratam das obrigações com os servidores que se dedicaram a construir a história de cidades desta região e atualmente, abandonados pelas autoridades, são humilhados quase diariamente.
Waguinho (MDB), de Belford Roxo, Washington Reis (MDB), de Duque de Caxias, e Dr. João (DEM), de São João de Meriti, são péssimos exemplos da irresponsabilidade social de burgomestres que insistem em não colocar em dia o pagamento de aposentados e pensionistas. Limitam-se a divulgar notas, não explicam como são gastos os recursos orçamentários, enfim, não dão importância aos inativos e à transparência com os gastos públicos.

Waguinho, prefeito de Belford Roxo

Washington Reis, prefeito de Duque de Caxias
A omissão dos vereadores
Na edição de hoje do telejornal Bom Dia, Rio, da TV Globo, voltaram a ser exibidas geladeiras e panelas vazias nas casas de servidores. As imagens da fome e o choro de aposentados representam uma pauta que , infelizmente, não comovem os prefeitos. A prioridade deles é outra: a disputa pelo aumento do poder, um novo cargo, um mandato maior em 2022.
Além dos prefeitos devem ser cobrados, ainda, por omissão, os vereadores e o MP. Há meses que, sem dinheiro para comer e comprar remédios, funcionários aposentados destas prefeituras da Baixada choram nas televisões o desprezo como como são tratados pelos burgomestres.

Dr. João, prefeito de São João de Meriti
Waguinho, Washington Reis e Dr. João foram reeleitos com o empurrão dos batalhões de cabos eleitorais pagos com recursos públicos do fundo partidário e com a ajuda de milhares de “militantes” com cargos comissionados. Nunca enfrentaram, ao vivo, na Globo ou em outra emissora, a indignação dos aposentados e pensionistas. Preferem o blá-blá-blá das notas sem conteúdo encaminhadas pela Assessoria e que são lidas pelos repórteres sem nada acrescentarem.
No Rio, o prefeito Eduardo Paes ainda deve o décimo terceiro salário de 2020 aos servidores inativos e ativos que ganham acima de R$ 4 mil.
O Juruna do bolsonarismo
Primeiro e único índio brasileiro a se tornar deputado federal nas eleições de 1982, o ex-cacique Mário Juruna ( morreu em 2002, aos 58 anos, por complicação da diabetes) foi uma figura de expressão nacional de grande significado para o povo Xavante e para toda comunidade indígena brasileira.Casado duas vezes, com 12 filhos, morava no Guará, cidade-satélite a 20 quilômetros de Brasília. Juruna ficou famoso por andar em Brasília com um gravador em punho para gravar as promessas feitas pelos políticos para as reivindicações índigenas.

Daniel Silveira teria gravado conversa reservada com Bolsonaro
“Ele era um gravador ambulante”, disse Laterça ao Estadão. Segundo o deputado, o bolsonarista —preso após divulgar vídeo com ofensas e ameaças a ministros do STF— também o procurou para “facilitar a vida de empresas” e “ganhar dinheiro na boa”, em atos de corrupção.
Laterça divulgou em suas redes sociais neste domingo (21) um vídeo em que faz acusações contra Silveira. Ele afirma que o próprio bolsonarista revelou, numa conversa a sós, que tinha o costume de gravar pessoas secretamente, inclusive o presidente, num ato considerado “intolerável” no meio político de Brasília.
*Paulo Cezar Pereira é jornalista