Após uma pausa de uma semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, nesta segunda-feira (09/09), os depoimentos das testemunhas de defesa dos réus na ação penal contra os supostos mandantes dos homicídios da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Segundo informa a coluna Segredos do Crime, do jornal O GLOBO, 85 nomes foram apresentados à Justiça pelos advogados dos cinco acusados, alguns deles em comum. São os casos dos delegados Giniton Lages e Daniel Rosa, os primeiros a investigarem o duplo homicídio.
O desembargador Airton Vieira, que preside a audiência de instrução e julgamento, já informou que o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso, decidiu que as testemunhas escolhidas devem ser relevantes ao processo. Aqueles que quiserem testemunhar sobre a índole dos réus deverão fazê-lo por escrito, para que o tempo das audiências não se prolongue excessivamente. Mesmo assim, o magistrado reservou as próximas três semanas para que todos sejam ouvidos.
Por 16 dias, 11 testemunhas de acusação foram ouvidas, entre elas os dois réus colaboradores, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Ambos confessaram ter matado Marielle e Anderson, com o primeiro sendo o atirador e o segundo o motorista do Cobalt prata usado na emboscada à parlamentar, no dia 14 de março de 2018, no Estácio.
Os réus são os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão — conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e deputado federal, respectivamente —, o delegado Rivaldo Barbosa, e os policiais militares Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, e Ronald Paulo Alves Pereira. Todos, por meio de suas defesas, negam o crime.
A defesa do conselheiro Domingos Brazão foi a que mais arrolou testemunhas, com 30. A do irmão dele, Chiquinho, convocou 29, enquanto Rivaldo Barbosa arrolou 17. Calixto e Ronald terão duas e sete testemunhas, respectivamente. Entre as testemunhas convocadas estão: o prefeito Eduardo Paes; o conselheiro e vice-presidente Thiago Kwiatkowski Ribeiro (ex-vereador Thiago K. Ribeiro); as promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile, que atuaram nas investigações; o general Richard Fernandez Nunes; os deputados federais Washington Luiz Cardoso e Otoni de Paula; o vereador Jorge Filippe; e os delegados Gilson Emiliano e Patrícia Paiva Aguiar, entre outros.
Giniton, Sibílio e Emile foram responsáveis pela prisão dos assassinos confessos Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Ambos fizeram delação premiada à Polícia Federal, ao Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio e à Procuradoria-Geral da República.