O caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista Anderson Gomes, ocorrido há seis anos, tomou um novo rumo ao chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo informações apuradas pela TV Globo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) encaminhou o caso ao STF após suspeitas de envolvimento de uma pessoa com foro privilegiado. O termo “foro privilegiado” refere-se à prerrogativa de algumas autoridades serem julgadas diretamente pelo STF, incluindo presidente, vice-presidente, ministros de Estado, senadores, deputados federais, membros de tribunais superiores, do Tribunal de Contas da União e embaixadores.
As investigações estão em andamento em sigilo, sem revelar detalhes sobre a identidade da pessoa com foro citada nas investigações. O ministro Alexandre de Moraes foi designado como relator do caso no STF, após sorteio entre os membros da 1ª Turma.
Enquanto isso, fontes da Polícia Federal afirmam que a corporação continua focada na investigação para descobrir o mandante por trás do assassinato. Seis anos após o crime, Ronie Lessa, Élcio de Queiroz, Maxwell Simões Corrêa e Edilson Barbosa dos Santos estão detidos. Ronie Lessa e Élcio são acusados de executarem o crime, enquanto Maxwell é apontado como participante do plano e responsável por monitorar a rotina da vereadora, além de auxiliar na destruição do carro utilizado no crime. Edilson é o proprietário do ferro-velho onde o veículo foi desmontado.
Os investigadores revelaram que Lessa discutiu com a PF a possibilidade de uma delação premiada, o que poderia revelar o mandante por trás do crime. Ministros do STJ informaram reservadamente que a Corte Especial discutiu em sessão fechada o foro para analisar a eventual delação, decidindo que o Ministério Público Federal poderia atuar.
Oficialmente, a PF anunciou ter fechado uma delação premiada com o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, que dirigiu o carro usado na emboscada que resultou na morte da vereadora. Na delação, Élcio apontou Lessa como autor dos disparos. Lessa foi expulso da PM e condenado em 2021 a 4 anos e meio de prisão por ocultar as armas utilizadas no crime, pena que foi posteriormente aumentada para 5 anos.