Caso Marielle: ex-assessor de Domingos Brazão é preso pela Polícia Federal

Conhecido como Major Ronald, ele é apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio

Foram cumpridos dois mandados de prisão nesta quinta-feira (9) contra Robson Calixto da Fonseca, conhecido como peixe, que é assessor de Domingos Brazão, e do policial militar Ronald Alves de Paula, conhecido como Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio. Ambos foram acusados de estarem envolvidos nos assassinatos da vereadora Marielle Franco do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

Calixto da Fonseca foi preso pela Polícia Federal do Rio, enquanto Ronald já cumpria pena em prisão federal. Os mandados foram pedidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em um documento protocolado pela PGR no Supremo Tribunal Federal (STF), que denuncia os 3 suspeitos que estão presos desde o fim de março por supostamente mandar matar a Marielle Franco – irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o ex-chefe da polícia civil do Rio, Rivaldo Barbosa – foram incluídos outros dois nomes: Peixe, denunciado por organização criminosa, e Ronald, denunciado pelo homicídio de Marielle.

Depois de um mês e meio de análise e aprofundamento da investigação da Polícia Federal, a PGR concluiu que os irmãos Brazão e Barbosa devem ser processados e condenados pelo assassinato de Marielle e Anderson Gomes.

No documento entregue no fim da tarde de terça-feira ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, a PGR denuncia os irmãos Brazão como mandantes do homicídio e por integrar uma organização criminosa. Já o delegado civil foi denunciado como mandante também do homicídio.

Denúncia da PGR

De acordo com a denúncia, a delação do matador-confesso, Ronnie Lessa, faz todo sentido para implicar os irmãos Brazão no mando da morte da Marielle.

A PGR entendeu que pelos intermediários que participaram do crime, pelas circunstâncias, mais a narrativa do colaborador, Lessa se encontrou com os irmãos Brazão. A PGR afirma ainda q o ex-PM recebeu dos irmãos a promessa de pagamento/benefício pelo assassinato da vereadora.

A denúncia da PGR considera provas decorrentes de dados de movimentação de veículos, monitoramento de telefones, triangulação de sinais de telefonia, além de oitivas de dezenas de testemunhas.

Para a PGR, toda esta análise investigativa documental mais o histórico político dos irmãos Brazão confere a convicção para a acusação criminal contra os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo.

A denúncia aprofunda os interesses econômicos fundiários dos irmãos, as relações deles com as milícias e os atritos com adversários politicos como a vereadora Marielle e o PSOL.

O contexto da execução de Marielle estaria, segundo a PGR, cem por cento inserido na obsessão pela exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia. Áreas nas quais os irmãos Brazão se fizeram e se fortaleceram política e financeiramente, de acordo com a conclusão da PGR.

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