Antônio Carlos Ferreira de Sousa, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, foi demitido por justa causa nesta sexta-feira (22) devido a acusações de assédio moral e sexual. A decisão, considerada a maior punição no serviço público, foi assinada pelo ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, e publicada no Diário Oficial da União. Sousa também está proibido de exercer cargos comissionados por oito anos.
Entre 2021 e 2022, Sousa foi acusado de práticas de humilhação, constrangimento e insinuações inapropriadas contra funcionários. Durante sua gestão como vice-presidente de Estratégia e Pessoas e de Logística e Operações na presidência de Pedro Guimarães, ele ficou conhecido por liderar um esquema de perseguição que incluía um “dossiê KGB”, ferramenta que investigava a vida pessoal e as opiniões políticas dos empregados, resultando em retaliações profissionais.
Ameaças e constrangimentos frequentes
A demissão ocorreu após um processo de correição da CGU, iniciado com denúncias recebidas pelo canal Contato Seguro da Caixa. Os relatos apontavam destituições injustificadas de cargos, perseguições e episódios de assédio sexual envolvendo convites e elogios inapropriados, além de intimidações. A investigação comprovou a prática de assédio moral e sexual, incluindo ameaças e constrangimentos frequentes.
Sousa, funcionário de carreira desde 1989, foi afastado da vice-presidência em julho de 2022, quando o caso veio à tona, mas manteve vínculo com a Caixa até a decisão definitiva. Em 2021, foi nomeado vice-presidente de Logística e Operações e acumulava histórico de atuação no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) entre 2003 e 2018.
O caso ganhou notoriedade após revelações do site Metrópoles sobre a gestão de Pedro Guimarães, que enfrenta processos por sete acusações de assédio sexual e oito de importunação. Segundo as denúncias, Guimarães utilizava o assédio como modelo de gestão, com apoio de aliados como Sousa.
Com informações do g1