Braga Netto foi peça-chave no plano golpista para matar Lula, Alckmin e Moraes, afirma Polícia Federal

Reunião que detalhou operação para impedir posse do presidente eleito foi realizada na casa do general, que assumiria posto de comando após golpe

A Polícia Federal concluiu que o general Braga Netto – ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, de quem foi companheiro de chapa nas eleições presidenciais em 2022 – foi uma figura central no plano golpista para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em 2022. De acordo com o inquérito da Operação Contragolpe, Braga Netto teve um papel fundamental na articulação de um “gabinete de crise” caso o golpe fosse bem-sucedido.

Segundo a PF, o general teria coordenado a reunião em sua residência no dia 12 de novembro de 2022, menos de um mês após as eleições, quando militares do alto escalão apresentaram e aprovaram um planejamento para a atuação de um grupo de Forças Especiais conhecido como “kids pretos”.

Esse grupo, que fazia parte da Operação Punhal Verde e Amarelo, tinha como missão matar as figuras mencionadas, utilizando até viaturas oficiais da Força. A ação também envolvia o monitoramento de Alexandre de Moraes, com uma operação nomeada “Copa 2022”, que aconteceu em 15 de dezembro, 16 dias antes da posse de Lula.

Para despistar suas identidades, os militares usaram codinomes inspirados em países participantes da Copa do Mundo daquele ano, como ‘Gana’, ‘Japão’, ‘Argentina’, ‘Brasil’, ‘Áustria’ e ‘Alemanha’.

A PF detalhou como esses oficiais seguiram os passos de Moraes, que era alvo constante das críticas dos bolsonaristas. A investigação ainda indica que Braga Netto desempenharia um papel de liderança caso o golpe tivesse sucesso. O general ainda não se manifestou.

Com informações do Estado de S.Paulo

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