Assembleia Legislativa publica os indicados e já instala amanhã a CPI da Transparência

A onda Madonna passou, mas a Assembleia Legislativa está no auge da ressaca, nesta terça-feira (7). Foi publicada, no Diário Oficial, a lista dos deputados indicados pelos partidos para a explosiva CPI da Transparência. Giovani Ratinho (SDD), Marcelo Dino (União), Val Ceasa (Patriota), Thiago Rangel (PRTB), Yuri (PSOL) e Rodrigo Amorim (União) vão compor a comissão que já está deixando o governo do estado em polvorosa. O sétimo integrante será o autor do pedido, Alan Lopes (PL), que deve presidir o colegiado. Por causa da reação do Palácio Guanabara, até as pedras que revestem o Buraco do Lume, em frente à sede da Alerj, estão chamando a comissão de “CPI do Fim do Mundo”.

O requerimento para a instalação da comissão foi publicada, em edição extraordinária do Diário Oficial do último dia 29, pelo vice-presidente Pedro Brazão (União), já que o titular da presidência, Rodrigo Bacellar (União), estava em Portugal. O objetivo principal era investigar os contratos com organizações sociais em algumas pastas do estado. A cúpula do governo, porém, não quis saber de correr riscos (reais ou não) e passou a noite tentando fazer com que os deputados da base (a maioria dos apoiadores) retirassem as suas assinaturas — o que não é permitido pelo regimento interno da Assembleia.

Os parlamentares contam que o governador Cláudio Castro (PL) chegou a telefonar para o presidente estadual do PL, Altineu Côrtes; para o prefeito Eduardo Paes (PSD); para o presidente do PP, Doutor Luizinho; e para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha; pedindo ajuda. Quando nada disso deu certo, enviou a Lisboa dois dos principais comandantes de sua frota. O secretário-chefe do Gabinete, Rodrigo Abel; e o de Governo, André Moura; desembarcaram com a missão de convencer Bacellar a não instalar a comissão. Chegaram no dia em que o presidente da Assembleia saíra para jantar em comemoração ao aniversário da mulher, Manoella. Não teriam encontrado Bacellar de bom humor.

Deputados mais próximos contam que, de além mar, o presidente ficara sabendo que, ao ligar para os líderes políticos do estado, o governador Cláudio Castro (PL) não havia sido muito elogioso — digamos assim — com o seu aliado na casa legislativa. E que teria ficado muito magoado com isso.

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