* Amanda Raiter

Em terras de famílias tradicionais na política, há quem tente ser conhecido com os recursos que têm pela Baixada Fluminense, uma das mais estratégicas para as eleições do RJ. Nomes que não conquistaram mandatos são, muitas vezes, reconhecidos pelo olhar preocupado ou por ter em mãos o seu próprio panfleto enquanto circulam pelos calçadões famosos.
A luta é diária para Alana PQD (PSL), que por amizade herdou o número de um dos membros da famosa família Bolsonaro para concorrer à Alerj. Com recursos bem mais modestos que pessoas inseridas há muito tempo na política, a candidata de 32 anos divide os dias de campanha entre a cidade de Queimados, onde nasceu, e o “reconhecimento de área” das demais cidades vizinhas. E, como já era de esperar, Alana consegue atenção com pautas geradas na realidade dela, como a segurança pública, que vem apresentando índices bem alarmantes, mas não temidos pela combatente.
Em Duque de Caxias, os dois extremos geram nomes novos na disputa pela Assembleia Legislativa. Liberal pelo partido e por essência, o jovem Pedro Duarte, de 27 anos, tenta pelo PSDB ser eleito. E é da porta da casa da sua própria avó, ali no município, que vem a maior inspiração para pensar na privatização da Cedae como principal solução para a eficiência do serviço: No local, tem uma vala de esgoto que revolta Pedro há anos. Fora isso, o aspirante tucano ao cargo de deputado estadual conhece bem a história de abastecimento precário em toda Baixada Fluminense, mesmo tendo como vizinhos. “Se a venda da estatal vai trazer dinheiro para o Estado, e de fato vai, não é a minha maior preocupação.  Meu foco é que, ao ser privatizada, o sistema de abastecimento e tratamento de esgoto comece a funcionar de verdade, sem esquecer as regiões fora da capital do Rio”, resume.

Já sua rival caxiense Rose Cipriano segue a linha do seu partido e é contrária a qualquer tipo de privatização, e ainda promete defender a volta do Banerj, o antigo banco estadual, no Palácio Tiradentes. Professora, Rose ainda busca expandir eleitorado para além dos seus alunos e conta com Marcelo Freixo, que já veio à Baixada fazer tour a tiracolo com a psolista.

Transitando entre Duque de Caxias, onde nasceu, e Magé, onde trabalha há anos, o médico cirurgião vascular Dr Zaluar defende sua candidatura a deputado federal (PTB) com o apoio de pacientes e amigos. “Vi com surpresa a adesão à minha candidatura, é sinal de que confiam no meu trabalho”, afirma o médico, filho do ex-secretário de Saúde de Caxias Zaluar Delboni, que atuou na pasta na década de 1980. “Tirando esta experiência do meu pai no Executivo, não temos políticos na família. Mas a Baixada precisa de gente que olhe por ela, que traga investimentos reais, que faça a diferença”, aponta.

Em Nova Iguaçu, quem vê Luiz Antônio Teixeira Júnior, o Doutor Luizinho, tomar o seu café na mesma padaria há 30 anos pode não imaginar, mas ele está em busca em trazer a experiência que possui do Poder Executivo local ao Legislativo. Médico, Luizinho já foi secretário de Saúde tanto de Nova Iguaçu quanto do Governo do Estado e agora tenta ser um representante na Câmara Federal pelo  Progressistas . Apesar de especialista em Saúde, também tem na manga projetos como criação de uma Zona Franca na Baixada Fluminense, um hospital federal regional , unidades da Faetec e  aeroporto na cidade onde nasceu.

Já Belford Roxo, lança a primeira-dama da cidade, Daniela Carneiro, que tenta, pela primeira vez, o protagonismo em Brasília como deputada. A candidata adotou como nome de guerra Daniela do Waguinho e também divide legenda com o marido, o MDB. Se deslanchar, é capaz do prefeito passar a ser o Waguinho da Daniela com o tempo.

*Amanda Raiter é jornalista