
Alerj inaugura Frente Parlamentar da Infância e Adoção
fevereiro 25, 2019 /
A Frente Parlamentar Pró-Infância, Adolescência e Adoção da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foi instalada nesta segunda-feira (25), em uma reunião com autoridades jurídicas e representantes da sociedade civil ligados à área. O grupo será presidido pela deputada Tia Ju (PRB), que na última legislatura esteve à frente da Comissão da Criança e Do Adolescente.
Entre as atividades da Frente, está o acompanhamento de políticas públicas que garantam os direitos das crianças e adolescentes e a adoção, a proposição de projetos de lei, a promoção de debates e seminários e o monitoramento de ampliação de recursos do Executivo.
“É imprescindível estabelecer um diálogo constante e permanente com o governo, cobrando o cumprimentod o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e trabalhando a questão dos fundos destinados ao setor”, declarou a parlamentar.
Reivindicações
Os presentes na reunião apresentaram um quadro das ações no estado, além de demandas da área. Representando Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude do Ministério Público do Rio (MPRJ), o promotor Rodrigo Medina explicou que há um trabalho conjunto com a Defensoria Pública e outras entidades com base nas determinações na Lei Federal 13.431/17, que tipifica a violência física e psicológica em crianças e jovens, e pediu alterações na Lei estadual 8.008/18. O texto cria o Programa de Atenção às Vítimas de Estupro e determina que crianças do sexo feminino que tenham sido violentadas sejam atendidas obrigatoriamente por uma perita mulher.
“A intenção do Legislativo foi a melhor, mas temos um problema prático, que é a escassez dessas profissionais no estado, principalmente no interior. Isso está impedindo a realização do exame de perícia, que é essencial para casos como esses”, disse.
Em resposta, a deputada Tia Ju, por meio da Frente, irá protocolar amanhã (26) na Mesa Diretora um projeto de lei que altera o Programa, determinando que o atendimento seja feito “preferencialmente” por uma mulher. Além deste, a deputada declarou que outros dois projetos serão apresentados referentes à área protetiva e à socioeducação.
Adoção
No Brasil, em 2018, houve pouco mais de 2 mil adoções. O número de crianças e jovens que esperam uma família, no entanto, ainda é grande: são aproximadamente 9 mil. Apesar da enorme quantidade de pretendentes cadastrados (mais de 45 mil), somente 15% estão dispostos dispostos a adotar crianças entre 7 e 17 anos, que representam mais de 70% daqueles que estão em abrigos. O mesmo acontece com as crianças com irmãos, que somam 66% dos abrigos, mas só estão entre as possibilidades de adoção de 37% do cadastro. Os dados são do Cadastro Nacional de Adoção (CNA).
O presidente da Associação do Movimento de Adoção do Estado do Rio de Janeiro (Amar), Felipe Fernandes, explicou que ainda é preciso avançar nos processos de adoção e pontuou a diferença entre os prazos estipulados na legislação e o cumprimento dos mesmos na prática. “Há prazos que o tempo processual do Judiciário não consegue atender. Se esses prazos fossem cumpridos, essas crianças e adolescentes já estariam em processo de adoção. Mas com a demora, muitas vezes, eles passam da idade do perfil desejado pelo adotante”, exemplificou.
Aloma Carvalho
