Polícia realiza operação para prender quadrilha de roubo de celulares e extorsão

Segundo as investigações, os criminosos ameaçavam as vítimas usando armas para ter a senha dos dispositivos e vendê-los posteriormente | Foto:Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

A Polícia Civil realiza uma operação, nesta terça-feira (18), para prender 43 suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada em roubo de celulares e extorsão. Segundo as investigações, os criminosos ameaçavam as vítimas usando armas para ter a senha dos dispositivos e vendê-los posteriormente. Até o momento, 25 pessoas foram presas.

De acordo com a Polícia Civil, o primeiro ato dos integrantes consiste em roubar os telefones em áreas de grande circulação de pessoas, como na Central do Brasil, no Centro, no calçadão de Bangu, na Zona Oeste, e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Para conseguir exclusividade no fornecimento dos celulares, os líderes do grupo forneciam armas aos assaltantes, evitando intermediários e estabelecendo vínculos com traficantes, que autorizavam os roubos em troca de parte dos lucros. Os criminosos possuem ligação com o Comando Vermelho (CV).

A Operação Omiros foi deflagrada pela Delegacia de Defesa de Serviços Delegados (DDSD) para cumprir os mandados de prisão preventiva expedidos pela 2ª Vara Especializada do Rio. Parte dos alvos já haviam sido presos anteriormente por crimes como roubo, receptação, estelionato e até tráfico de drogas. Além disso, alguns dos criminosos estão envolvidos em casos de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.

“A brutalidade com que essas quadrilhas operam já resultou na perda de diversas vidas, vítimas que poderiam estar vivas hoje se esses criminosos não tivessem sido libertados repetidamente. Cada celular roubado por essa organização representava não apenas um prejuízo material, mas uma ameaça real à vida das vítimas. A prisão preventiva dos 43 integrantes da organização criminosa representa um golpe essencial na desarticulação de uma rede que não apenas lucrava com o roubo de celulares, mas aterrorizava a população com ameaças e chantagens’, diz a corporação.

Forma de atuação

As investigações revelaram que a quadrilha não apenas roubava os dispositivos, mas pressionava violentamente as vítimas para obter senhas e acessos aos dispositivos. Os criminosos faziam uso de ameaças diretas, intimidação psicológica e coação financeira, exigindo pagamentos e outras informações, inclusive para familiares das vítimas.

“Essa estratégia sofisticada tornava a organização ainda mais lucrativa, pois dispositivos desbloqueados têm maior valor de revenda e permitiam o acesso a contas bancárias e aplicativos financeiros das vítimas”, explica a Civil.

Após o roubo, os integrantes do grupo utilizavam diferentes métodos para coagir as vítimas a fornecerem senhas, tais como:

– Ameaças diretas via WhatsApp e SMS: fotos de armas de fogo e exposição de dados pessoais das vítimas, incluindo endereços e nomes de familiares, eram enviados para gerar pânico.

– Uso de informações adquiridas na “dark web”: criminosos acessavam bases de dados para personalizar as ameaças e aumentar sua eficácia.

– Golpes de “phishing”: mensagens falsas induziam vítimas a inserir credenciais em sites fraudulentos, permitindo que os criminosos desbloqueassem os celulares e acessassem aplicativos bancários.

– Pressão psicológica e chantagem financeira: algumas vítimas eram obrigadas a fazer transferências bancárias para evitar que suas informações fossem vazadas ou repassadas a facções criminosas.

Quando esses métodos falhavam, os celulares eram desmontados e vendidos como peças para assistências técnicas clandestinas.

Lavagem de dinheiro

Segundo o apurado, o grupo montou uma complexa estrutura financeira para lavar o dinheiro obtido com a venda dos celulares desbloqueados e das extorsões. O dinheiro era:

– Distribuído entre contas bancárias de terceiros, evitando rastreamento.

– Sacado em espécie e escondido em locais estratégicos, garantindo fluxo de caixa para as operações criminosas.

– Utilizado para financiar traficantes e manter criminosos presos e suas famílias, assegurando lealdade e continuidade do esquema.

Além disso, a investigação revelou que os criminosos ostentavam luxo nas redes sociais, com a compra de bens de alto valor e festas financiadas pelo crime.

Com informações do O Dia

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