A morte de Nicoli Moraes da Silva, de 12 anos, atingida por uma bala perdida na manhã de quinta-feira (16), na comunidade Buraco Quente, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, é mais um caso que compõe uma trágica estatística: 25 crianças e adolescentes perderam a vida por balas perdidas no Estado do Rio de Janeiro desde 2023, de acordo com a ONG Rio de Paz. Desse total, nove casos ocorreram apenas no ano passado.
Os dados da Rio de Paz indicam que, entre as vítimas de balas perdidas desde 2023, seis eram crianças com idades entre 7 meses e 5 anos, enquanto 19 estavam na faixa etária de 8 a 14 anos. Somente em 2023, 15 casos de mortes de crianças e adolescentes por balas perdidas foram registrados.
A primeira vítima deste ano foi a menina de 12 anos que, conforme relatos nas redes sociais, estava com a mãe a caminho de comprar refrigerante para o almoço quando ambas foram baleadas. De acordo com testemunhas, os tiros teriam partido de um confronto entre policiais militares e traficantes da comunidade Buraco Quente faz parte do Complexo do Éden, local com atuação do Comando Vermelho. A menina foi ferida no peito, e a mãe na perna. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
Em dezembro do ano passado, a guerra entre traficantes e milicianos matou Kamila Vitoria Aparecida de Sousa Silva, de 12 anos. Ela morreu após ser baleada durante um confronto entre bandidos rivais na Favela da Guarda, em Del Castilho, na Zona Norte do Rio, enquanto brincava numa quadra de futebol. O pai e vizinhos ainda socorreram a menina ao Hospital municipal Salgado Filho, mas ela não resistiu aos ferimento.
Em março de 2023, o pequeno Miguel Filipe dos Santos Rodrigues, de apenas 7 meses, foi morto após ser baleado dentro do carro, com seus pais, em frente a um ponto de ônibus na Estrada Bento Pestana, no bairro Baldeador, em Niterói. Ele foi a primeira criança morta a tiros na Região Metropolitana do Rio no ano passado.
Com informações de O GLOBO.