Dados do Instituto Fogo Cruzado apontam que o município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, teve 92 tiroteios, com 48 mortos e 34 feridos, em 2024. Os números apontam um aumento de 17,9% com relação a 2023, quando foram registrados 78 tiroteios, com 35 mortos e 36 feridos, durante o mesmo período.
Ao longo do ano, o Complexo de Santa Teresa foi palco de diversos confrontos armados entre criminosos do Comando Vermelho (CV) e do Terceiro Comando Puro (TCP). Nesta quarta-feira (18), moradores de Gogó da Ema e Bom Pastor acordaram em meio a um intenso tiroteio entre as facções e o policiamento foi intensificado na região.
Além dessas duas comunidades, o Complexo de Santa Teresa abrange Caixa d’Água, Vila Pauline, Barro Três, Guacha e Parque São José. No fim de setembro, a disputa entre as organizações criminosas ganhou força a partir da morte de Geonário Fernandes Pereira Moreno, de 41 anos, conhecido como ‘Genaro do Guacha’. Ele era apontado como a principal liderança do TCP na região e foi morto durante uma operação da Polícia Militar no complexo.
No dia 21 de setembro, quatro dias após a morte de Geonário, um menino de 7 anos foi baleado na barriga enquanto brincava em uma praça no Parque São José. De acordo com a PM, criminosos passaram atirando em direção a um bar, dando início a uma troca de tiros entre facções rivais. Além da criança, duas pessoas morreram e duas ficaram feridas. O menino deu entrada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde passou mais de uma semana internado.
Já em meados de outubro, uma menina de 3 anos foi baleada na cabeça durante um confronto entre criminosos no bairro Bela Vista. Ela foi encaminhada ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde ficou internada por mais de um mês. Na época, a PM informou que facções estavam promovendo diversos tiroteios de forma repentina na região.
No dia 2 deste mês, um homem morreu e outro ficou ferido em um estabelecimento na Estrada de Belford Roxo, que atravessa o Complexo de Santa Teresa. Rodrigo Galvão Pereira e Rogério Luís Alves de Souza, de 51 anos, que não tinham relações com facções, foram baleados e encaminhados à UPA do Parque dos Ferreiras, mas Rodrigo morreu logo após chegar na unidade.
De acordo com relatos, houve um ataque de criminosos próximo ao estabelecimento onde a dupla estava. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). A especializada apura a possível correlação do tiroteio com a morte de Luan Ricardo Rodrigues da Silva, ocorrida no mesmo dia. Ele seria integrante do TCP e teria sido alvo de um ataque do CV.