Ex todo-poderoso, Waguinho tem a contas rejeitadas, fica inelegível por oito anos e pode responder a um processo de impeachment

Waguinho, que raramente comparece à prefeitura de Belford Roxo, ainda não explicou o rombo de R$ 1 bilhão nos cofres da cidade que rejeitou nas urnas o candidato Matheus Carneiro, seu sobrinho.

Rei morto é rei posto, ensina o ditado popular. Com apenas 13 vereadores da “oposição” em plenário, a Câmara Municipal de Belford Roxo reprovou na manhã desta terça-feira (26) as contas do prefeito Wagner Carneiro ( Republicanos), conhecido como Waguinho, referentes ao ano de 2022, acompanhando o parecer do TCE-RJ pela rejeição.

Com essa decisão, o atual gestor, ex-todo poderoso na cidade, que já responde a um processo de impeachment, está inelegível pelos próximos oito anos. Waguinho deixará uma dívida que beira R$ 1 bilhão para o seu sucessor, Márcio Canella.

Os 13 vereadores, todos da base de Waguinho antes de o prefeito romper com o deputado estadual Márcio Canella e lançar, sem sucesso, seu sobrinho Matheus Carneiro como candidato a prefeito, seguiram a recomendação do corpo técnico do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Dos 25 parlamentares que compõem a Câmara, os 12 que ainda seguem a orientação de Waguinho não participaram da sessão, acumulando faltas que podem acarretar na perda de seus mandatos.

A inelegibilidade do prefeito é respaldada por uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), que estabelece que chefes do Executivo com contas reprovadas pelo Legislativo ficam proibidos de disputar eleições.

Inferno astral: votação de impeachment

Além da reprovação das contas, Waguinho enfrenta outro desafio iminente: a votação de seu impeachment nos próximos dias. O processo foi motivado por uma denúncia de um morador, que apontou irregularidades na gestão de recursos públicos e falhas em serviços essenciais.

A presidência da Câmara afirmou que a ausência constante dos vereadores da base do prefeito ultrapassa o limite de faltas permitido pela Constituição. Cinco deles, que acumulam o maior número de ausências, podem ter seus mandatos cassados já nesta quarta-feira (27).

Antes de se aliar a Lula em 2022, no segundo turno da última campanha para presidente da República, Waguinho era uma das apostas do presidente Jair Bolsonaro em 2020 para ampliar sua votação nas cidades da Baixada Fluminense.

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