Selic volta a subir e chega a 11,25% ao ano

Copom realizou uma reunião nesta quarta-feira (6) para decidir o futuro da taxa | Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 11,25% ao ano. A informação foi divulgada no início da noite desta quarta-feira (6) pelo Banco Central. A taxa anterior estava em 10,75%.

A Selic, que há anos figura como um dos principais instrumentos de política econômica do país, é vital para moldar o comportamento dos preços e orientar os investimentos no setor produtivo.

Em nota, o Banco Central informou que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed.”

Segundo o Copom, a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, eles decidiram, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,25% a.a.

Para eles, essa decisão é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”

O que taxa Selic?

Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que é um sistema do Banco Central usado para a negociação de títulos públicos federais. Esses títulos são comprados e vendidos diariamente pelos bancos e outras instituições financeiras, que os usam como forma de emprestar dinheiro uns aos outros.  

A Selic, portanto, representa o custo desses empréstimos entre bancos de curto prazo, sendo expressa em termos percentuais ao ano.

Por que a Selic é tão importante?

A taxa Selic influencia diretamente a economia, afetando desde o crédito e o consumo até o custo dos investimentos das empresas.  Ou seja, uma Selic mais alta tende a encarecer o crédito, desestimulando o consumo e, por consequência, diminuindo a demanda. Essa redução na demanda pode ajudar a conter a inflação. 

Por outro lado, quando a Selic é mantida em níveis mais baixos, como nas últimas decisões do Copom, o crédito se torna mais acessível, incentivando tanto o consumo das famílias quanto os investimentos produtivos, gerando empregos e renda.

Desde 2020, a Selic tem passado por ajustes expressivos, respondendo a pressões globais, como o aumento de preços das commodities e a volatilidade nos mercados internacionais. A trajetória da taxa de juros se tornou ainda mais crucial nos últimos anos, com o Banco Central buscando um ponto de equilíbrio entre conter a inflação e permitir a recuperação do crescimento econômico.

Quais foram as últimas taxas do Banco Central?

A previsão está no Boletim Focus de segunda-feira (4), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC com a expectativa para os principais indicadores econômicos. Os analistas de mercado também elevaram a estimativa para a taxa básica para os próximos anos.

Na reunião de setembro, o Copom elevou a Selic pela primeira vez em mais de dois anos, para 10,75% ao ano, diante da alta recente do dólar e das incertezas em torno da inflação.

A última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Após passar um ano nesse nível, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano.

Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 11,75% ao ano. Depois do encontro desta semana, o Copom vai se reunir mais uma vez este ano, em 10 e 11 de dezembro.

Para o fim de 2025, a estimativa para a taxa básica subiu de 11,25% ao ano para 11,5% ao ano. Para 2026 e 2027, o mercado prevê que a taxa seja reduzida, mas elevou o seu nível em 0,25 ponto percentual para os dois anos, para 9,75% ao ano e 9,25% ao ano, respectivamente.

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