As ações do Mc Donald’s chegaram a cair até 10% na última terça-feira (22) depois que as autoridades de saúde pública dos Estados Unidos ligaram um surto fatal de E. coli, que afeta 10 estados, aos hambúrgueres Quarterão da rede de fast-food.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) disseram que o surto grave de E. coli infectou 49 pessoas e fez com que dez fossem hospitalizadas. Uma idosa morreu. Todos os entrevistados pelas autoridades que investigam o surto relataram ter comido no Mc Donald’s antes de adoecerem.
A agência de saúde afirmou que o surto parecia estar relacionado ao consumo do icônico Quarterão do Mc Donald’s. As investigações se concentram em cebolas frescas fatiadas e hambúrgueres de carne fresca como os ingredientes suspeitos de contaminação.
Nas negociações após o fechamento do mercado, as ações do Mc Donald’s chegaram a cair 9,6%, reduzindo até US$ 20 bilhões (R$ 113, 8 bi) de seu valor de mercado, antes de se recuperarem para uma queda de 5,6%.
A maioria das pessoas afetadas pelo surto estava nos estados do Colorado e Nebraska, disseram os CDC. O Mc Donald’s afirmou que retirou temporariamente a venda do Quarterão em quatro estados, incluindo o Colorado, bem como em partes de outros oito estados no Centro-Oeste e Sudoeste dos EUA.
“Levamos a segurança alimentar extremamente a sério e é a coisa certa a fazer”, disse Cesar Piña, diretor da cadeia de suprimentos da América do Norte do Mc Donald’s.
As descobertas iniciais da investigação conectaram o surto a cebolas fatiadas provenientes de um único fornecedor, que atende três centros de distribuição, explicou Piña.
Os EUA são o maior mercado do Mc Donald’s, com mais de 13 mil lojas gerenciadas e franqueadas. O grupo de fast-food gerou quase US$ 26 bilhões (R$ 147,9 bi) em vendas mundiais no ano até o final de junho.
Piña acrescentou que o Mc Donald’s estava “trabalhando em estreita parceria com fornecedores para reabastecer o estoque do Quarterão nas próximas semanas”, destacando que outros hambúrgueres populares, incluindo o Big Mac, não foram afetados.
Uma das 10 pessoas hospitalizadas devido ao surto era uma criança, disseram os CDC.
Todos os infectados testaram positivo para a mesma cepa da bactéria, conhecida como “O157:H7”. Os CDC pediram a qualquer pessoa que sofra de sintomas graves após comer um Quarterão, incluindo diarreia, cólicas estomacais, vômitos e febre, “que procure atendimento médico e informe seu médico sobre o que comeu”.
Melhorias nos padrões de segurança alimentar ajudaram a eliminar surtos de E. coli nos EUA, mas os CDC ainda estimam que quase 100 mil pessoas adoecem com a bactéria a cada ano, resultando em cerca de 3.270 hospitalizações e 30 mortes.
Mais recentemente, os CDC estavam monitorando surtos de cepas de E. coli ligadas a nozes orgânicas vendidas em lojas de alimentos naturais na Califórnia e Washington, bem como outro surto ligado à marca de queijo cheddar Raw Farm.
Em 2022, a rede de fast-food rival Wendy’s tomou a medida de precaução de remover alface romana de seus hambúrgueres e sanduíches depois que os CDC investigaram o ingrediente em conexão com um surto de E. coli, que deixou mais de 100 pessoas doentes em seis estados. A agência nunca estabeleceu se a alface contaminada era a fonte do surto.
Com informações da Folha de São Paulo