O esquema de segurança para o Rock in Rio vai contar com um planejamento especial de monitoramento e reforço no policiamento nos sete dias de evento, que começa na próxima sexta-feira (13). A operação para o festival foi divulgada, nesta segunda-feira (9), pelos órgãos de segurança do estado, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Polícia Militar, na Cidade Nova, na Região Central. Ao todo, 8.075 agentes vão atuar nos shows.
O anúncio do esquema foi feito pelo secretário de Estado de Segurança, Victor Santos, juntos com os secretários da Polícia Militar e da Polícia Civil, Coronel Marcelo de Menezes, e delegado Felipe Curi, respectivamente, e do secretário da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, coronel Tarciso Salles. Também participaram a tenente-coronel PM Patrícia Monteiro, superintendente da Operação Lei Seca, o subsecretário grandes eventos, Rodrigo Castro, e o vice-presidente de operações do Rock in Rio, Ricardo Acto.
“A grandeza desse evento faz com que o governador Cláudio Castro tenha um grande interesse de que todos que aqui venham, tenham a melhor experiência possível no Rio de Janeiro. Isso mexe com a imagem do estado e é muito importante. É muito importante para a imagem do Rio de Janeiro que esse evento transcorra com a maior tranquilidade possível”, disse o secretário Victor Santos.
A expectativa é que o festival receba mais de 700 mil pessoas, entre moradores do estado e turistas brasileiros e estrangeiros. O movimento de chegada na Rodoviária do Rio pode aumentar em 40% e a ocupação hoteleira deve alcançar 95% nos dias de shows. A previsão é que o evento gere cerca de R$ 2,6 bilhões para a economia fluminense.
“O Rock in Rio é um grande evento de geração de renda e emprego, com os 2 bilhões que impactam na economia e, acima de tudo, um evento dos cariocas. Como tem acontecido nas últimas edições, com o apoio e o empenho de todos, é possível passar uma imagem do Rio de Janeiro, principalmente internacional, para quem visita o Rio de Janeiro, quem fica no Rio mais do que nos dias de show. É sempre uma repercussão importante para a cidade”, declarou o vice-presidente de operações do Rock in Rio.
De acordo com o coronel Marcelo de Menezes, a PM vai trabalhar com 5,2 mil agentes e 143 viaturas. Do efetivo, a cada dia de festival, 750 policiais atuarão no entorno da Cidade do Rock, o que representa um aumento de 30% no efetivo, quando comparado com a última edição, em 2022, que teve 570 militares atuando. O esquema terá ainda oito torres de observação, começando na Avenida Embaixador Abelardo Bueno, no Rio 2, até o entroncamento com a Avenida Salvador Allende, para facilitar possíveis intervenções das equipes.
A segurança também terá auxílio de um cinturão de segurança, com 18 pontos de bloqueio próximos à Cidade do Rock. A estrutura é parecida com a usada nos grandes eventos realizados na cidade este ano, como no caso do Réveillon e o show da cantora Madonna, ambos na Praia de Copacabana, na Zona Sul. “Isso reforça a orientação de que todos aqueles que vão comparecer ao Rock in Rio deverão utilizar o transporte público prioritariamente, haja vista que o acesso será apenas destinados aos moradores pré-cadastrados”, afirmou Menezes.
A tecnologia também irá auxiliar a fiscalização com o uso de câmeras de monitoramento, aeronaves e drones. A PM ainda terá policiamento montado, motopatrulhamento e equipes do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom). Agentes do Setor de Inteligência irão coordenar a operação de uma base do Centro Integrado de Comando e Controle Móvel. A estrutura será montada em um caminhão baseado em frente à estação do BRT Parque Olímpico e vai concentrar todo o aparato tecnológico da corporação.
“(O CICC Móvel) se destina a toda a coordenação e reprodução das imagens produzidas pela aeronave, drones, reconhecimento facial, além das câmeras que já estão dispostas no entorno da Cidade do Rock”, afirmou o secretário, que disse que ocorrerá coordenação da reprodução das imagens produzidas pelo BRT, metrô e das câmeras de dentro do evento.
“Isso trará uma integração tecnológica, à medida que todas as câmeras dispostas na catraca estarão conectadas com o nosso CICC Móvel e farão o reconhecimento facial, o que trará uma resposta imediata, caso algumas pessoas queiram entrar e estejam com alguma restrição judicial”, completou. A base Móvel do Centro de Controle contará com um posto da Patrulha Maria da Penha e do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), com policiais bilíngues.
Os esquema vai realizar reforço no policiamento em todos os terminais rodoviários, principalmente nos que dão acesso mais próximo ao local do festival, como o Alvorada. A Rodoviária do Rio, os terminais de Madureira, na Zona Norte, de São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana, e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, também serão cobertos pelo aumento de efetivo.
Ainda segundo o secretário da PM, a corporação promete atenção extra aos principais eixos que dão acesso à região do Parque Olímpico, bem como nas áreas com maior concentração de turistas, como nas orlas da Zona Sul e da Barra da Tijuca.
Polícia Civil terá atendimento especializado
Segundo o delegado Felipe Curi, a Polícia Civil vai atuar de forma integrada com a PM, com 1.675 agentes, sendo 714 exclusivamente dentro do festival, e 45 viaturas. O efetivo também é 30% maior do que o da edição passada. Na Cidade do Rock, haverá uma projeção da 16ª DP (Barra da Tijuca), bem como a presença das Delegacias de Atendimento à Mulher, da Criança e do Adolescente, de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade, de Apoio ao Turismo e de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.
Policiais especializados estarão disponíveis para depoimentos e acolhimento e haverá ainda peritos criminais e legistas. Ao todo, serão sete pontos de atendimento, equipados com tablets para facilitar o registro de ocorrências online. “Nós teremos equipes espalhadas pelos sete pontos da Cidade do Rock, visando agilizar o atendimento das pessoas, justamente para que eventuais vítimas sejam atendidas prontamente e retornem rapidamente para aproveitar o restante do evento”, afirmou o secretário de Polícia Civil.
O esquema vai reforçar o efetivo de agentes na Delegacia de Apoio ao Turismo (DEAT), na 32ª DP (Taquara) e na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes). A última funcionará como Central de Flagrantes Extraordinária. “A nossa Inteligência já está atuando no monitoramento de pessoas e quadrilhas que costumam atuar nesses eventos, praticando, geralmente, furtos de celulares. Nós já temos um banco de dados rico e estamos fazendo o monitoramento de redes sociais, dessas quadrilhas, geralmente são pessoas de fora do estado e até de fora do país”, explicou Curi.
Segurança e conscientização
Nos sete dias de shows, 600 bombeiros vão atuar posicionados próximos ao Palco Mundo, o principal do festival, no entorno da Cidade do Rock, e unidades operacionais ficarão de sobreaviso. Os militares terão apoio de ambulâncias, picapes, motos, viaturas de combate a incêndio e salvamento, além de duas plataformas mecânicas de até 42 metros de altura e um caminhão-tanque para abastecimento extra de água. “Estamos preparados para dar suporte à toda organização do evento e garantir a segurança do Rock in Rio”, disse o coronel Tarciso Salles.
Já as ações da Operação Lei Seca acontecerão por meio de educação, com 42 agentes, entre eles Pessoas Com Deficiência (PCDs), que irão abordar o público e conscientizar sobre os riscos de dirigir embriagado. Também haverá 558 servidores realizando 62 fiscalizações nos bairros e vias de acesso ao festival, com uma média de oito por dia de show.
“A gente sabe que é um evento que os organizadores, as forças de segurança indicam que utilizem o transporte público, mas a gente sabe, também, que existem as pessoas que insistem (em ir de veículo particular), então a gente está aqui para coibir esse tipo de ação”, pontuou a tenente-coronel PM Patrícia Monteiro.
Com informações do O Dia