A Polícia Federal (PF) revelou em seu relatório final que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria liderado uma associação criminosa para desviar mais de R$ 25 milhões em joias recebidas durante viagens oficiais ao exterior. Segundo o documento, os presentes, considerados bens do Estado brasileiro, foram vendidos por ex-auxiliares de Bolsonaro, que entregavam os recursos em espécie diretamente ao ex-presidente.
O relatório de 476 páginas, assinado pelo delegado Fabio Shor, detalha que parte das joias, avaliadas em US$ 4.550.015,06 (cerca de R$ 25.298.083,73), foram destinadas à tentativa de “legalização” através de sua incorporação para posterior comercialização, configurando possível crime de lavagem de dinheiro.
A investigação apontou que os auxiliares de Bolsonaro teriam negociado cerca de R$ 6 milhões em joias, sem especificar quanto desse montante teria sido destinado ao ex-presidente. Este é o primeiro inquérito em que a PF acusa Bolsonaro de receber dinheiro em espécie desviado dos cofres públicos.
O relatório conclui que uma “associação criminosa voltada para o desvio de presentes de alto valor” operava em nome de Bolsonaro e comitivas do governo brasileiro durante suas viagens internacionais.
Os recursos obtidos eram convertidos em dinheiro vivo, ingressando no patrimônio pessoal de Bolsonaro por meio de terceiros, sem uso do sistema bancário formal, o que visava ocultar a origem e propriedade dos valores.
O caso agora segue para análise do procurador-geral da República, que terá 15 dias para se manifestar. Esta acusação representa um dos momentos mais graves envolvendo o ex-presidente desde o término de seu mandato.
Com informações do UOL