GAECO/MPRJ denuncia dois ex-policiais civis e outras pessoas por associação criminosa armada, corrupção passiva e receptação

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate do Crime Organizado (GAECO/MPRJ), denunciou à Justiça quatro pessoas pelos crimes de associação criminosa armada, corrupção passiva e receptação qualificada. Entre os denunciados estão dois ex-policiais civis. A inicial da ação penal foi recebida pela 1ª Vara Criminal da Regional de Madureira, nesta segunda-feira (20/05).

Os ex-policiais civis, enquanto ainda estava na atividade, achacavam as vítimas – pessoas envolvidas com algum ilícito ou irregularidade administrativa – e os outros dois denunciados revendiam os produtos provenientes do ato ilícito cometido pelos agentes públicos. A denúncia é um desdobramento das investigações que originaram as duas fases da Operação 4º Elemento, deflagrada pelo GAECO/MPRJ em 2017 e 2018.

Investigações revelaram que o grupo criminoso levantava informações sobre potenciais vítimas que poderiam ser facilmente achacadas e obrigadas a pagar propina. Uma vez identificada a vítima em potencial, o grupo criminoso simulava uma ação policial e, a partir da identificação de qualquer ilegalidade ou irregularidade, ameaçava e intimidava a vítima a pagar o suborno em dinheiro ou entregar bens que pudessem ser vendidos posteriormente.

Dois dos denunciados, entre eles uma mulher, trabalhavam com a compra e venda de carros usados. Em um dos casos citados na denúncia, eles negociaram dois veículos clonados, oriundos de busca e apreensão. Segundo o GAECO/MPRJ, a denunciada estava ciente de que os documentos apresentados estavam em nome de terceiros, e não em nome da pessoa que vendeu os carros, além de ser plenamente ciente da procedência ilegal dos veículos.

O outro denunciado já é réu em um processo pela venda de veículos produtos de crimes em outras oportunidades. Consta da denúncia que ele também seria proprietário de uma empresa de compra e venda de veículos clonados como sua atividade comercial corriqueira. Os policiais também ostentam anotações criminais.

De acordo com a denúncia do GAECO/MPRJ, as investigações contaram com a colaboração premiada de uma pessoa que atuava como informante de policiais civis, além de atuar como um falso policial civil, participando de ações de fiscalizações e abordagens. Este colaborador faleceu.

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