Com ameaça de piratas, militares escoltam remédios e equipamentos de hospitais inundados

Carga avaliada em R$ 1,5 milhão foi recuperada nesta sexta-feira. Tenente relata tiros durante a madrugada para assustar a escolta

Com a falta de insumos hospitalares na região Metropolitana de Porto Alegre (RS), os militares passaram a fazer operações com a equipe do Sistema Único de Saúde (SUS) para recuperar equipamentos e medicamentos de hospitais inundados.

Uma carga avaliada em R$ 1,5 milhão foi recuperada nesta sexta-feira. Militares e policiais civis com fuzis escoltavam três barcas lotadas de remédios, respiradores e aparelho de diálise do Pronto Socorro de Canoas, hospital de referência mais de 150 cidades no Estado. A unidade está inundada até o segundo andar.

A presença de piratas nas ruas alagadas levou ao reforço da segurança.

— Eles estão saqueando durante a noite. Já deram alguns pipocos para assustar a gente, mas não nos intimidam — disse o tenente do Exército Felipe Nimmiti, que coordenou a escolta da ação.

O tenente vai na frente do barco e sempre engatilha a arma quando avista algum barco suspeito.

Para evitar mergulhar em meio ao lixo tóxico do hospital, militares precisaram abrir um buraco no prédio com marretadas. De lá, escalaram a parede e retiraram os equipamentos.

Na última sexta, cerca de 250 pessoas foram evacuadas às pressas do Pronto Socorro de Canoas. Três pacientes acabaram morrendo no meio do corre-corre – um corpo ainda não foi encontrado.

Os suprimentos médicos foram encaminhados a outro hospital da cidade, que tem atendido os feridos das enchentes.

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