Irmãos Brazão são transferidos de Brasília para presídios diferentes

Domingos e Chiquinho Brazão vão para unidades prisionais de Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO) | Foto: Reprodução da Globonews

Acusados de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, Chiquinho e Domingos Brazão foram transferidos na manhã desta quarta-feira (27), do presídio da Papuda. Os irmãos vão para as unidades federais de Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO), respectivamente. O ex-chefe da Polícia Civil Vivaldo Barbosa permaneceu preso em Brasília.

A separação foi determinada pelo Ministério da Justiça e aconteceu por volta das 8h30. Eles foram encaminhados em um avião da Polícia Federal sob forte esquema policial. Os suspeitos, que desembarcaram em Brasília no último domingo (24), permaneceram três dias na Papuda após serem presos no âmbito da Operação Murder Inc, que contou com a colaboração do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Irmãos seriam mandantes

Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão são acusados pela Polícia Federal de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. As detenções têm caráter preventivo, ou seja, não têm data para terminar.

Já Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, que assumiu a função um dia antes do assassinato de Marielle, foi preso acusado de tentar obstruir as investigações do crime. Antes disso, ele era coordenador da Divisão de Homicídios da Polícia Civil.

Em novembro de 2019, a Polícia Federal afirmou em relatório reservado ao MP-RJ que Barbosa deveria ser investigado por suspeita de ter recebido propina de R$ 400 mil para evitar que fossem conhecidos os mandantes dos assassinatos.

Defesa nega participação

Após audiência de custódia que manteve a prisão preventiva dos acusados, a defesa dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão negou a participação dos dois no crime. Segundo o advogado Ubiratan Guedes, nenhum deles conhecia a parlamentar.

“Certeza absoluta que improcede essa imputação. Ele não conhecia a Marielle, não tinha nenhuma ligação com Marielle. Agora, cabe à defesa provar que ele é inocente. Estamos surpresos. Nunca, nunca, nunca teve nenhuma ligação com Marielle. (…) Não tenho tido contato com a os boatos, né? Os boatos que estavam ocorrendo. Hoje vou ter contato agora com ele, para saber o que que é. Saber o que está acontecendo. Não sabemos da imputação que é feita”, declarou o advogado.

Já o advogado do ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, Alexandre Dumans, acusado de obstruir as investigações relacionadas ao crime, negou a participação do cliente. “Ao contrário. Foi exatamente durante a administração dele que o Ronnie Lessa foi preso”, afirmou o advogado.

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